Desde que comecei a trabalhar pertinho de casa, ou concentrar algumas atividades no meu home office (leia-se: cantinho no meu quarto), tenho feito muita coisa só na minha vizinhança. Mesmos cafés, supermercados, academia, lojas etc.
E isso não é uma coisa só minha. É uma característica de Berlin. Apesar de grande, seus bairros têm seus próprios centros. Tem gente que dificilmente atravessa a cidade para conhecer outros lugares. Aí, a vida se concentra no bairro, ou mesmo, em pequenas comunidades, chamadas Viertel (algo como quarteirão). Eu moro em um. Faço tudo por aqui a pé ou de bicicleta.
Claro que eu saio pra passear e conheço outros lugares. Mas, depois de cinco anos morando no mesmo lugar, não é de se estranhar ficar mais “caseira”.
Contudo, achei estranho foi chegar no Brasil, querer fazer as coisas a pé e ninguém deixar. Pra tudo era carro. Em qualquer hora do dia. Com o argumento de que andar a pé era perigoso. Por um lado até entendo, já por outro, acho uma pena que as pessoas percam sua liberdade.
Enquanto eu descubro a minha aqui…
Vanessa disse:
Ah se tem uma coisa que eu adoro é bater perna por aí. Eu ando muito a pé e não troco isso por carro nenhum, seja aqui no Rio ou onde for. Mas acho que sou excessão. Parece que aqui rola aquela coisa de status, sabe? As pessoas tem vergonha de andar a pé e os outros acharem que estão muito pobres. affe.
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Marcelo disse:
Pois é.. acho que tem de tudo um pouco… violência, status que a Vanessa falou acima e preguiça de andar.. (população ficando cada vez mais obesa). E não descartando a questão da segurança (que realmente é cada vez pior) acabamos usando isso como desculpa para justificar a nossa preguiça.
Ps.: Cada vez mais que leio estes blogs da vida na Alemanha.. mais sinto “inveja” e mais desanimo com as coisa aqui…
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Rafael disse:
Depois de algum tempo só lendo, vim comentar.
Acho que isso do carro depende da cidade… No interior ainda tem muita gente que faz as coisas a pé, pelo menos no RS. Mas, já vi gente que não vive sem carro…
Penso que a questão da segurança é porque cada vez menos pessoas andam nas ruas, vivem mais de carro… Se andassem mais, acredito que isso seria algo que teria maior desenvolvimento, não? Claro que é uma questão mais complexa, mas… Penso que esse é um ponto de partida.
Outro ponto, é muito carro para poucas pessoas. Tem horas que mais vale a pena andar a pé ou estacionar longe e caminhar, porque é tri ruim de achar uma vaga de estacionamento, principalmente no centro e tal.
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Joyce disse:
to muito emotiva ou é um dos posts mais lindos q vc ja escreveu? misturando tudo… vc trabalhando em casa, sendo livre, sendo berliner…..
quero descobrir minha liberdade alemã. te mandei outro email
:*
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essatal disse:
Ihhh acho que é vc que anda emotiva. Eu ainda vou te responder com mais calma. Aguarde e confie! 😉
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Lua Virada disse:
Aqui as pessoas são super bairristas porque cara bairro tem tudo o que você precisa e ninguém fica atravessando a cidade para fazer compras, etc. Eu fico é rindo dos meus amigos que acham que fazer uma baldeação no metrô é “longe”…
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babisenberg disse:
É, também era assim na Alemanha. Vivi tranquilamente sem carro por 4 anos. Mudamos essa semana pra SP, e logo descobri que é sem chance ficar sem carro por aqui, pra minha imensa tristeza, pois sempre fui defensora ferrenha de trasnposte alternativo e de andar a pé pelo próprio bairro. Tá feia a coisa por aqui…
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Eliana disse:
E, além de tudo, a idéia de que quem anda a pé é pobre! Sai de casa de carro pra ir na padaria da esquina…tenho paciência mais não! rs
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