Ontem, voltando para casa, passei pelo “amiguinho de olhos azuis profundos” enquanto uma mulher também passava por ele.

Ele direcionou a canequinha dele pra ela e ela respondeu bem mal educada: “Vá trabalhar!” Ele responde: “Você trabalha?”

Eu estava atrás dela. Olhei para ele, acenei e ofereci o meu melhor sorriso, esperando que a mulher soltasse o resto de sua amargura em mim. Ela olhou para mim, eu a encarei. Ela não falou nada, mas vi que estava com vontade.

A minha resposta já estava na ponta da língua: “você conhece a história de vida dessa pessoa?”

Eu cheguei em casa triste. Não pela forma que ela o tratou. Mas, por saber que ela era estrangeira. Seu sotaque a denunciou. Mesmo que more a décadas aqui, será que ela esqueceu todas as dificuldades pelas quais passou? Ela também tem uma história. Aonde foi parar a empatia?

Já escrevi sobre isso aqui e aqui.

Será que funciona com todos? O tempo vai passando e vamos ficando mais endurecidos? Quero isso não.