Ontem, voltando para casa, passei pelo “amiguinho de olhos azuis profundos” enquanto uma mulher também passava por ele.
Ele direcionou a canequinha dele pra ela e ela respondeu bem mal educada: “Vá trabalhar!” Ele responde: “Você trabalha?”
Eu estava atrás dela. Olhei para ele, acenei e ofereci o meu melhor sorriso, esperando que a mulher soltasse o resto de sua amargura em mim. Ela olhou para mim, eu a encarei. Ela não falou nada, mas vi que estava com vontade.
A minha resposta já estava na ponta da língua: “você conhece a história de vida dessa pessoa?”
Eu cheguei em casa triste. Não pela forma que ela o tratou. Mas, por saber que ela era estrangeira. Seu sotaque a denunciou. Mesmo que more a décadas aqui, será que ela esqueceu todas as dificuldades pelas quais passou? Ela também tem uma história. Aonde foi parar a empatia?
Já escrevi sobre isso aqui e aqui.
Será que funciona com todos? O tempo vai passando e vamos ficando mais endurecidos? Quero isso não.
Eliana disse:
Nossa, essa tia aí com certeza não tem Jesus no coração!
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Lua Virada disse:
Acho que nem é uma questão de se endurecer, é mais uma questão de interpretação da história. Essa mulher com certeza enfrentou várias dificuldades como estrangeira na alemanha e ainda assim, pelo visto, conseguiu trabalhar. No mínimo ela acha que se ela conseguiu trabalhar o cara também conseguiria “se quisesse”.
O problema dessa interpretação estreita é que, como sempre, a pessoa vê a própria história como sendo a mais difícil e dura de todas. Ela não vê que, por mais difícil que a vida dela tenha sido, sempre vai existir alguém que seguiu caminhos ainda mais tortuosos que levaram a um destino desses. =/
Tenho certeza que você não vai ficar assim. Endurecer é possível, mas estreitar uma mente que já foi enlarguecida é praticamente impossível!
Beijos,
Li.
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essatal disse:
Amei seu comentário! É bem por aí!
Sua linda! 😉
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Vanessa disse:
A Lídia disse tudo! Mas acho sim que falta mais empatia nesse mundo atual. Qualquer pessoa pode um dia perder tudo que tem, e como será tentar conseguir um emprego e dizer que você não tem endereço, que seu endereço é a rua? Mesmo que você consiga se arrumar todinho para a entrevista, como é dizer “eu moro na rua”?! Não sei como seria na Alemanha, mas sei que no Brasil os empregadores pensariam mil vezes sobre dar um emprego a alguém que simplesmente não tem endereço. Imagine também os perigos que essas pessoas passam nas ruas? Quando eu vejo alguém nas ruas fico pensando que coisas terríveis devem ter acontecido aquela pessoa para ela estar ali.
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pammiksch disse:
Olha, eu acho que estou amolecendo ainda mais com o passar do tempo, viu?
Mas como você mesma disse e a Lidia completou maravilhosamente, foi a questao de nao ter mais empatia com os outros!
Acho triste, pois como seres humanos, poderíamos facilmente passar por algo que qualquer outra esteja passando, é a vida!
Ain 😦
Beijo, Eve!
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Gisley Scott disse:
Já vi gente aqui dessa maneira: toda trabalhada na grosseria.Talvez seja uma pessoa muito ferida. Dizem que pessoas feridas ferem pessoas.Talvez permitiu que as dificuldades virassem cadeias emocionais.O que ela fez não justifica. Que pena que ela é mais pobre que o homem da caneca!
Gisley Scott|Querido Deus.obg por me exportar!
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